domingo, 18 de outubro de 2015

DRACÔNIA - Uma visão além da joia mística.



Muito se vê em filmes, contos, lendas e mitos de diversas culturas sobre a “joia” mística que o dragão possui, joia essa que conferia poder, imortalidade, força e dons mágicos ao seu portador. Muito foi se falado sobre essa “pedra” poderosa que em alguns contos assemelha-se a pedra filosofal. 
Transcendendo essa visão da joia mística pude notar em diversos dragões nos quais eu já tive contato e também os que amigos tiveram que muitos dragões possuem algo em alguma parte de seu corpo que lembra uma pedra lapidada, muitas vezes localizada no pescoço na altura do peito, na testa, no dorso, na cauda e quando em formas “humanoides” elas ai sim aparecem como joias. Porém não é regra geral essa exemplificação, digo isso pelo que vi em muitos dragões, alguns deles possuem apenas centros de energia algo que lembra os nossos chakras, muitas vezes esses centros pode sim vibrar e pulsar em formações geométricas que lembram lindas gemas lapidadas. Esses centros de energia são muitas vezes a manifestação do poder, força ou elemento do dragão, por isso muitos mitos, filmes e afins mostram guerreiros atacando dragões em pontos específicos, ou seja, atingindo a sua “dracônia”. Esse termo se popularizou no meio dos praticantes de magia dos/com dragões, porém nem todos os dragões usam esse termo, muitos falam apenas ser pontos de energia, outros a sua joia mística e uns nem comentam. 
Trazendo para o contexto ritualístico o que seria a dracônia? Como usá-la? 
Bem, nesse caso usaremos a dracônia como uma representação da ponte entre mundos, esferas e dimensões dos dragões, ela será sua bateria de energia, sua guia entre mundos, seus olhos nas esferas deles e também o seu “pendrive” de energias e informações adquiridas e passadas por eles.  
Ela poderá ser uma pedra bruta que você sinta ou algo lapidado, eu particularmente notei mais afinidade pelas lapidadas uma vez que a geometria é algo apreciado em todo o universo. Transforme sua busca pela dracônia em uma jornada de magia, conhecimento e poder. Deixe os dragões te guiarem até a joia mais indicada para você, tenha certeza de que a peça que chagar em sua mão será a escolhida para você. Muitos utilizam a dracônia como o olho de dragão em magias e rituais.


Irei deixar um rito de purificação e consagração da sua dracônia para o uso mágico em seus ritos com os dragões.

Você irá precisar de:

A pedra que será sua dracônia
Pétalas de rosas brancas desidratadas
Sangue de dragão seiva ou resina (caso não tenha utilize urucum)
Incenso
Tigela ou caldeirão com água
Vela
Punhado de terra ou areia


Faça uma infusão com as pétalas de rosas e o sangue de dragão, após esfriar leve a poção para o recipiente citado. Disponha os demais itens em círculo, se concentre acenda a vela e o incenso respire profundamente e medite por alguns minutos sobre a energia que aquela pedra ou cristal possui, após isso invoque os dragões elementais.

 “Dragões do fogo, da purificação e da transformação peço que nesse momento a força do fogo esteja presente nesse despertar, que os poderes do magma, dos úteros incandescentes despertem e me auxiliem nessa jornada. “

“ Dragões do Ar, da inspiração e do plano mental, peço que nesse momento a força do ar esteja presente nesse despertar, que o poder do oxigênio, das tempestades e dos furacões despertem e me auxiliem nessa jornada “

“ Dragões da Terra, da fertilidade e da materialização, peço que nesse momento a força da terra esteja presente nesse despertar, que o poder das rochas, cristais e minerais despertem e me auxiliem nessa jornada. “

“ Dragões da Água, das emoções e da intuição, peço nesse momento que a força da água esteja presente nesse despertar, que o poder das memórias do planeta, dos registros da vida e da fecundidade desperte e me auxiliem nessa jornada. “


Segure a pedra com as duas mãos e caso você tenha contato com algum dragão chame por ele nesse momento, caso contrário invoque um guardião condutor.

“ Peço aos dragões guardiões dos cristais e registros cristalinos que me conduzam e permitam o acesso às linhas de poder da (se souber diga o nome da pedra) para que ela se torne um elo de conexão entre os mundos.

Mergulhe a pedra na infusão e diga:
 “Espirito que habita nesse corpo cristalino, peço a sua permissão para que através de você eu possa enxergar aquilo que me for permitido.”

Mergulhe e deixe-a imersa na infusão, sinta a energia fluir da gema para as suas mãos. Após alguns minutos retire-o e siga com a ritualística.

Passe- pela chama da vela e peça:
 “Pelo poder dos dragões do fogo que o espírito desperte.”
Na fumaça do incenso:
 “Pelo poder dos dragões do ar que a consciência desperte.”
Coloque na terra e diga:
 “Pelo poder dos dragões da terra que estrutura desse cristal se firme.”
Mergulhe novamente na infusão e diga:
 “Pelo poder dos dragões da água que as memórias despertem.”
Após isso medite um pouco com a sua joia mística, sinta o que está despertando nela. Á partir desse rito deixe-a em seu altar, quando sentir necessidade você pode colocar a gema em seu terceiro olho para abrir conexões, debaixo do travesseiro para viagens astrais nas dimensões que forem permitidas. 
Caso deseje pode guarda-la em uma caixinha ou saquinho escuro. 

Lembre-se que a dracônia é um objeto de poder e cura, use-a com sabedoria. 

Espero que todos tenham gostado, o conhecimento aqui passado foi recebi através de vivências pessoais e estudo com os dragões, nossa intenção sempre é de compartilhar nossas experiências, e se elas servirem ao menos para uma pessoa então todo o nosso empenho não terá sido em vão. 

Júlio Archanjo 
                

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O CAMINHO DO GUERREIRO - A Essência das Espadas.



Muitos desejam o portar de uma espada em seu caminho mágico. Ao iniciar nossa jornada mística, já vislumbramos o momento em que obteremos nossa maioridade e para então trocarmos nosso athame, punhal ou boline por uma espada vibrante e vistosa aos olhos. Esse é o desejo de muitos. Mas a responsabilidade e maturação para conseguir portar uma espada de forma digna não está ao alcance de muitos iniciados.

Ter uma espada é muito simples e fácil, começamos por nossa vontade, ou melhor, vontade do “Ego” de ter aquele majestoso item, logo se junta um valor X e então a busca do item dos sonhos começa. Adquirido por uma loja virtual ou em uma loja física. Consagra-se em algum rito, banha-se em óleo dos mais variados aromas e pronto, nasce um cavaleiro pronto para trazer a justiça com sua arma. Mas não, a jornada não é simples assim. Ter e saber usar uma espada são fatores completamente diferentes.

Pode parecer irônico, mais aqueles que portam uma espada, fazem todo o possível para que não seja necessário usá-la. A quantidade de poder e energia que uma espada canaliza e defere em um rito equivale a cem athames usados em sincronia em um único proposito. A ação feita com uma espada é cobrada pelo universo ao portador da arma de forma quase que instantânea. Isso devido à simbologia que essa arma traz. 

A espada é um símbolo da nobreza em todas as civilizações, sendo usada sempre por nobres (barões, reis, sultões, senhores feudais) essa arma sempre denotou poder e controle, sendo responsável pelo respeito da massa. No Japão feudal, apenas os samurais e seus senhores (Daimios) podiam portar uma espada de lâmina (Katana). Isso fazia com que fossem reconhecidos como mais alta autonomia no Japão, permitindo matar qualquer um que ferisse sua honra, sem prestar satisfação de seus atos. A honra de um Samurai está acima de todas as coisas. 

Uma espada bem usada se torna a extensão de seu corpo e só deve ser retirada se sua bainha, caso uma batalha seja inevitável. Pois os danos jamais serão reparados. A alma do guerreiro vibra junto com sua espada, permitindo que o alcance de seus atos sejam mais longo, atingindo planos e reinos acima e abaixo de nós. Prova disso, a autora D.J.Conway cita em seu livro Dancing With Dragons, que para se trabalhar com Dragon Magick, além de alguns anos de estudos e prática de caminho mágico independente do caminho, o iniciado deve portar um pentagrama para servir de portal e uma espada para servir de chave.

Dragões são seres de outras dimensões que habitam a milhões de anos nosso planeta, se misturaram com a fauna local e fizeram parte da nossa mitologia em diversos continentes. Acompanharam a evolução, crescimento, queda e destruição de impérios e grandes imperadores e em todas essas batalhas, as espadas estavam presente, trazendo glória e tristezas. 
Sem uma espada devidamente consagrada e o símbolo cármico de diversas iniciações espirituais, Dragões, Mestres Ascensos, Elementais e seres de esferas superiores e inferiores não respondem ao iniciado. O controle e integridade sempre são apresentados ao invocado na presença da lâmina do portador. 

Podemos ver essa relação de espada e poder ao longo de diversas series animadas, filme e romances clássicos. Gandalf usa sua espada apenas para denotar seu poder e invocar selos e uma magia mais elevada contra o Balrog. Aragorn é reconhecido como verdadeiro herdeiro da Terra Média, quando empunha a espada reconstruída dos seus antepassados. Lion tem o reconhecimento da sua responsabilidade e maturidade quando porta a espada justiceira e consegue controlar a essência do olho de thundera, se tornando assim líder do Thundercats. Exemplos são inúmeros, basta observar de forma menos amadora e mais esotérica.

A espada carrega o espirito do seu portador, quando essa espada se quebra ou é corrompida da sua vibração natural de alguma forma, a essência do seu usuário sofre grandes danos ao longo da jornada. O simples fato de adquirir outra espada não responde as necessidades espirituais. Uma parte do guerreiro foi perdida ou desfragmentada, cabe a ele se restaurar de forma integra e continuar a sua jornada, sem uma nova espada. Quando seu espírito estiver integro novamente e seus valores foram assumidos de coração, uma nova espada é guiada pelo universo, com a permissão de seus mentores espirituais e não por simples luxuria.

Campbell no seu livro O Herói de Mil Faces, relata que toda grande jornada que é iniciada pelo mago ou pelo aprendiz se finaliza com a aquisição da espada no momento que temos o retorno ao lar. O garoto que saiu para a sua jornada de transformação e maturidade, retorna para casa com sucesso ao conquistar sua maturidade e o símbolo de sua mudança e evolução. Sua Espada. 

Com amor, sabedoria e pureza, empunhe sua arma para o bem comum e não para o seu próprio bem. Existem diferenças e nuances nas linhas do universo que não conhecemos e não sabemos dominar, mais com o empunhar de uma espada, conseguimos esbarrar levemente nesse imenso universo.

Fiquem na Paz de seus atos.
Janus – O Guardião.